Os melhores de 2011

Saiu a listagem dos Melhores Filmes de 2011, segundo os críticos do jornal O Globo - RJ, confiram:

"O GAROTO DA BICICLETA": Aplaudida de pé como filme do ano pelos Bonequinhos, a parábola dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne sobre altruísmo começou a carreira em Cannes, em maio. Saiu de lá com o Grande Prêmio do Júri e foi se consolidando, de país em país, por sua habilidade de gerar poesia a partir de uma narrativa nas raias da secura. Os Dardenne refinam a estrutura de conto moral que perseguem desde "A criança" (2005), usando a amizade entre uma cabeleireira (Cécile De France) e um menino em busca do pai (Thomas Doret) para celebrar a bondade.

"A ÁRVORE DA VIDA": Obra-prima para uns, delírio messiânico para outros, o último filme de Terrence Malick racha opiniões por onde passa, tendo a Palma de Ouro de Cannes como seu selo de qualidade. Uma voz em off que conversa com Deus pontua um debate sobre as manifestações do Divino, da origem do mundo aos EUA dos anos 1950, onde um menino enfrenta o pai (Brad Pitt, majestoso).
"INCÊNDIOS": Ao narrar o périplo de um casal de gêmeos à caça do paradeiro do pai, a versão do canadense Denis Villeneuve para a peça homônima de Wajdi Mouawad flana pelo Oriente Médio deixando conflitos bélicos em segundo plano. Em seu roteiro primoroso, Villeneuve não quer falar de guerras, só buscar verdades sobre indivíduos. Seu Líbano é um ponto de partida para um debate sobre perseverança.
"CÓPIA FIEL": Abbas Kiarostami, um dos pilares do cinema do Irã, sempre dribla as discussões filosóficas em torno desta produção de 7 milhões que rendeu o prêmio de melhor atriz em Cannes para Juliette Binoche. Para o diretor de "Gosto de cereja", o embate entre a galerista Elle (Juliette) e o escritor James Miller (William Shimell), sob o sol da Toscana, é só uma história de amor. Para a crítica, é mais do que isso: é uma lição estética sobre modos de olhar. E sentir.
"DIÁRIO DE UMA BUSCA": Único brasileiro na lista, o longa de Flávia Castro arrebatou prêmios no Brasil e no exterior com seu tráfego poético pelas franjas do público e do privado. Numa engenharia documental baseada em memórias de sua família, Flávia passa os anos de chumbo em revista enquanto investiga quem foi seu pai.
"A PELE QUE HABITO": Separados nas telas desde 1990, Pedro Almodóvar e Antonio Banderas se reuniram numa trama mais próxima das vísceras de Cronenberg do que do melodrama. Ao discutir a relação entre poder e desejo na seara da ciência, Almodóvar usou a cartilha do thriller para eletrizar nervos e transgredir morais.
"MEIA-NOITE EM PARIS": Maior sucesso de bilheteria da carreira de Woody Allen, esta aula ultrarromântica sobre evasão no tempo, pelas vias da arte, reeditou a proposta de "A rosa púrpura do Cairo". Ao "viajar" para a Paris de Picasso e Fitzgerald, Allen fez de Owen Wilson seu alter ego mais criativo.
"O VENCEDOR": Devastador, Christian Bale faturou o Oscar no papel de um ex-boxeador nocauteado pelas drogas que participa, para o bem e para o mal, da ascensão de seu irmão (Mark Wahlberg) nos ringues. Um diálogo com estéticas documentais amplifica a voltagem do drama e das lutas.
"AS PRAIAS DE AGNES": Única representante feminina da Nouvelle Vague francesa dos anos 1960 e diretora de filmes influentes como "Cléo das 5 às 7", a belga Agnès Varda criou um misto de doçura e intimismo nesta autobiografia. Falando de si, ela faz uma ode ao cinema de autor.
"INQUIETOS": Gus Van Sant alcançou uma comunhão rara entre os dois hemisférios de sua obra — o experimentalismo formal de "Elefante" e a narração clássica de "Gênio indomável" — para filosofar sobre a finitude. Frente à morte, Mia Wasikowska e Henry Hopper compõem um casal inesquecível.



* Os melhores filmes de 2011 foram escolhidos por André Miranda, Daniel Schenker, Ely Azeredo, Marcelo Janot, Rodrigo Fonseca, Ruy Gardnier e Susana Schild


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E ai, curtiram? 

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