Utopia e Barbárie

Olá galera, bem nesse primeiro parágrafo expressarei minhas grandes desculpas pelo atraso em posts, pois, estive com uns problemas técnicos, meu pc esteve uns dias na assistência técnica, mas como eu não posso deixar de comentar sobre esse maravilhoso documentário de Silvio Tendler, que é o 'Utopia e Barbárie'. Então vamos ao filme. :o)


O caleidoscópio de imagens



O Utopia e Barbárie foi presença marcante no último Iguacine, Festival de Cinema de Nova Iguaçu, que aconteceu no mês de abril, com 2 sessões numa segunda-feira. Eu, que trabalhei na produação do festival na parte da sala de exibição, obtive a chance de conferir esse espetácular documentário. Não pude deixar de ir até ao Ponto Cine, uma super maravilhosa sala de cinema, que fica em Guadalupe - RJ, onde o Silvio compareceu para um diálogo logo após a exibição filmíca.

Silvio Tendler produziu o documentário dentro de um período de 19 anos, no diálogo com cinema, no qual eu estive presente, ele explicou o motivo pelos longos anos de 'Utopia e Barbárie'.

O filme foi produzido em 1/3 da minha vida, comecei quando tinha 40 anos e hoje estou com 60. Ele tinha data de início, mas não tinha uma data de fim. É um filme que conto a história do meu ponto de vista. Pego a segunda metade do século XX e venho até 2010, a era das utopias.
Quis contar um pouco da minha história pessoal, contando um pouco dos momentos de lutas políticas no Brasil. Eu ia fazendo, e coisas iam acontecendo, e fatos iam mudando.  Os primeiros 10 anos do filme, eu passei tentando explicar ao mundo o que eu tinha vivido, foi quando em 1990  vi que  todo mundo que havia sonhado havia desabado, e com 39 anos fui votar pela primeira vez para presidente da república, passei a ditadura toda esperando o dia que poderia votar para presidente da república. Então, logo teve a queda do Muro de Berlin, não que a queda do Muro fosse ruim, porque eu acho que muros não fazem bem para ninguém, acho que temos que viver num mundo de abertura e fraternidade, mas aquela queda do Muro de Berlin também representou para a minha geração o desmoronar de um mundo de sonho de solidariedade e um mundo de fraternidade, um mundo de utopia, porque depois da queda do Muro de Berlin, não foi esse mundo fraterno que haviamos sonhado, foi um mundo egoísta, movido pelo mercado financeiro. Quando era para o filme já estar pronto em 2001, acontece a queda das Torres Gemêas, a história então recomeçou, o mundo então não acabou em 1989 mas acabou em 2001 com as Torres Gemêas. Então, passei mais 8 anos trabalhando no filme, foi ai que vi que o filme não tinha ponto final e resolvi terminar com reticências, com a eleição do Obamma, que para minha geração era quase que improvável um negro na presidência dos EUA. E faz parte da minha geração a luta pela integração dos negros. Então preferi terminar com esse fato que é um fato positivo na história da humanidade. 

Útopia e Barbárie tem narração de  Amir haddad, Chico Diaz e Letícia Spiller, e tem ainda como uma de suas entrevistadas a candidata a presidente do Brasil, Dilma Rousseff. E, não pode deixar de surgir uma pergunta a respeito da participação da atual vice-presidente no documentário.

A participação da Dilma, não tem nada a ver com as eleições, nem com a Dilma. Quando a entrevistei, ela ainda era ministra, e não vi porque censurar.

Um filme que rompe barreiras do clássico e do histórico, você, espectador se vê presente, se sente no filme, é como se conversasse com as imagens.

"Utopia e barbárie vive numa incostante harmonia"

Utopia e Barbárie, uma mistura de política, sonhos, guerra, geração e poesia, é assim que defino o filme de Tendler, que se inicia com a II GM, passa por grandes marcos políticos e econômicos, desde a metade do século XX e o inicio do XXI, numa linearidade com lindos intercalos de depoimentos e o lirísmo, dando abertura para a utopia, um imenso e sem fim caleidoscópio de imagens, poesia e fatos.


 Uma utopia que se realizou depois de 19 anos, entrando em circuito em 2010, sem nenhuma barbárie, a não ser aquela de quem preferiu ficar em casa do que sair para conferir esse maravilhoso filme, ou de quem preferiu entrar na sala de cinema ao lado e não na de 'Utopia...'
Não quero ser repetitiva, mas terei que ser, e reproduzir, o: 'Salve, Silvio' de Rodrigo Fonseca* (na revista Utopia e Bárbarie) Então: SALVE, SALVE, SILVIO TENDLER!!!
                                                                                                                                    Foto: revista Isto é!
“Não existe revolução sem cronista, assim como não existe cronista
sem história. Faço História através do viés da memória e do afeto”.

Silvio Tendler
 
 



Trailer



Filmografia



2010 T ancredo, a travessia (em finalização)

2009 U topia e Barbárie (longa-metragem)                                       

2009 E ra das Utopias (Minissérie)


2009 P reto no Branco, a censura antes da imprensa (minissérie)


2007 E ncontro com Milton Santos (longa-metragem)


2007 Memória do Movimento Estudantil – “Ou ficar a pátria livre ou


morrer pelo Brasil” e “O afeto que se encerra em nosso peito


juvenil” (médias-metragens)


2006 Memória e História em Utopia e Barbárie (media-metragem)


2003 O swaldo Cruz – Médico do Brasil (curta-metragem)


2003 P aulo Carneiro – Espelho Memória (curta-metragem em vídeo)


2002 G lauber o Filme – Labirinto do Brasil (longa-metragem)


2002 JK, O Menino que Sonhou um País (média-metragem)


2002 Marighella, Retrato Falado do Guerrilheiro (média-metragem)


1997-1998 R etrato Falado do Poeta Castro Alves (longa-metragem)


1996 Q uilombos (média-metragem)


1994 Josué de Castro (média-metragem)


1993 A nos Rebeldes


(codireção e direção dos clipes históricos da série)


1988 C hega de Saudade (média-metragem em vídeo)


1988 C açadores da Alma (média-metragem em vídeo)


1987 Memória do Aço (média-metragem)


1984 Jango (longa-metragem)


1981 O Mundo Mágico dos Trapalhões (longa-metragem)


1980 O s Anos JK, uma Trajetória Política (longa-metragem)
 
 
 
*Crítico de cinema



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